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Sigmund Freud - Vida e obra

Sigmund Freud - Vida e obra

Por Ale Esclapes - 

Nascido em 6 de maio de 1856 em uma pequena vila morávia de Freiberg que foi anexada pela Tchecoslováquia, migrou para Viena ainda criança, por esse motivo muitas vezes é chamado de austríaco. Filho de Jacob Freud e de sua terceira mulher Amalie Nathanson (1835-1930). Seu nome de batismo segundo a bíblia da família é “Sigismund Schlomo”, nunca tendo utilizado o Schlomo e adotando desde sua entrada para universidade em 1873 o nome de Sigmund.

Interessou-se inicialmente pela histeria e, tendo como método a hipnose, estudou pessoas que apresentavam esse quadro. Mais tarde, com interesses pelo inconsciente e pulsões, entre outros, foi influenciado por Charcot e Leibniz, abandonando a hipnose em favor da associação livre. Estes elementos tornaram-se bases da psicanálise. Freud, além de ter sido um grande cientista e escritor (Premio Goethe, 1930), possui o título, assim como Darwin e Copérnico, de ter realizado uma revolução no âmbito humano: a ideia de que somos movidos pelo inconsciente.

Desenvolve seus textos  até quase à véspera de sua morte em 23 de setembro de 1939, Londres, onde se refugiou da perseguição nazista por ser judeu e por seus escritos. A princesa Marie Bonaparte, amiga, colaboradora e ex-analisanda foi uma peça fundamental no sentido de salvar escritos, cartas etc... nesse momento e em mais de uma ocasião na vida de Freud, inclusive em relação a intrigante correspondência do início da psicanálise que trocou com Fliess e que ele, Freud, quisera que fossem queimadas.

Freud, suas teorias e seu tratamento com seus pacientes foram controversos na Viena do século XIX, e continuam a ser muito debatidos hoje. Suas ideias são frequentemente discutidas e analisadas como obras de literatura e cultura geral em adição ao contínuo debate ao redor delas no uso como tratamento científico e médico.

Os primeiros anos de Freud são pouco conhecidos, já que ele destruíra seus escritos pessoais em duas ocasiões: a primeira em 1885 e novamente em 1907. Além disso, seus escritos posteriores foram protegidos cuidadosamente nos Arquivos de Sigmund Freud, aos quais só tinham acesso Ernest Jones (seu biógrafo oficial) e uns poucos membros do círculo da psicanálise. O trabalho de Jeffrey Moussaieff Masson pôs alguma luz sobre a natureza do material oculto.

Freud morre de câncer na mandíbula (passou por trinta e três cirurgias). Supõe-se que tenha morrido de uma overdose de morfina. Freud sentia muita dor, e segundo a história contada, ele teria dito ao médico que lhe aplicasse uma dose excessiva de morfina para terminar com o sofrimento.

Como textos que trabalhou nesse final de vida temos o “Esboço de Psicanálise”, “Algumas Lições Elementares sobre Psicanálise” e o revolucionário “Moisés e o Monoteísmo”.

Foi assistido por seu médico( indicado a ele por sua grande amiga e protetora Marie Bonaparte) Max Schur até o fim dos seus dias, tendo sido ele um fiel acompanhante, que esteve anteriormente com Freud, em momentos de grande tensão na  Áustria tomada pelo regime Nazista. Sabe-se que Schur  fez o acompanhamento de Freud no dia em que Anna Freud foi chamada a prestar informações à Gestapo, dia em que Freud viveu intensa  preocupação e que foi decisivo no sentido de convencê-lo a buscar refúgio na Inglaterra. Schur esteve ao seu lado todo tempo preocupado com sua saúde e como reagiria a tensão do momento.

Descreve assim Peter Gay os momentos finais de Freud, uma das narrativas mais emocionantes a respeito:

“Schur estava à beira das lágrimas, enquanto presenciava Freud encarando a morte com dignidade e sem auto piedade. Ele nunca vira alguém morrer assim. Em 21 de setembro, Schur repetiu a injeção, quando ele se tornou inquieto, e administrou uma dose final no dia seguinte, 22 de setembro. Freud entrou num coma do qual não despertou. Ele morreu às 3 horas da manhã de 23 de setembro de 1939. Quase quarenta anos antes, Freud escrevera a Oskar Pfister, indagando o que se faria, ‘quando as ideias falham ou as palavras não vêm?’. Não pôde evitar um ‘tremor diante desta possibilidade’. ‘É por isso que, com toda a resignação perante o destino que convém a um homem honesto, eu tenho um pedido totalmente secreto: apenas nenhuma invalidez, nenhuma paralisia das faculdades pessoais devido a uma desgraça física. Que morramos em nosso posto, como diz o rei Macbeth’. Ele providenciara que seu pedido secreto fosse atendido. O velho estoico conservou o controle de sua vida até o fim”.

Primeiros anos:
Freud inicia os estudos na universidade aos 17 anos, os quais tomam-lhe inesperadamente bastante tempo até a graduação, em 1881. Registros de amigos que o conheciam naquela época, assim como informações nas próprias cartas escritas por Freud, sugerem que ele foi menos diligente nos estudos de medicina do que devia ter sido. Em lugar dos estudos, ele atinha-se à pesquisa científica, inicialmente pelos estudos dos órgãos sexuais de enguias — um estranho, mas interessante presságio das teorias psicanalíticas que estariam por vir vinte anos mais tarde. De acordo com os registros, Freud completa tal estudo satisfatoriamente, mas sem distinção especial. Em 1877, desapontado com os resultados e talvez menos excitado em enfrentar mais dissecações de enguias, Freud vai ao laboratório de Ernst Brücke, que torna-se seu principal modelo de ciência.

Com Brücke, Freud entra em contato com a linha fisicalista da Fisiologia. O interesse de Brücke não era apenas descobrir as estruturas de órgãos ou células particulares, mas sim, suas funções. Dentre as atribuições de Freud, nesta época, estavam o estudo da anatomia e da histologia do cérebro humano. Durante os estudos, identifica várias semelhanças entre a estrutura cerebral humana e a de répteis, o que o remete ao então recente estudo de Charles Darwin sobre a evolução das espécies e à discussão da "superioridade" dos seres humanos sobre outras espécies.

Voltemos agora nossa atenção para o início da psicanálise

Podemos dizer que muito do que levou ao entendimento da psicanálise se encontra esboçado em todo o período que chamamos de sua  fase pré-científica(ou pré-psicanalítica), muito do que está contido nos primeiro modelos de psiquismo proposto por Freud nesse período é de alguma maneira incorporado em tudo aquilo que será chamada da metapsicologia freudiana. Não podemos deixar de prestar atenção no conhecido modelo da Lagoa ou no modelo da Cebola, ambos muito elucidativos dos mecanismos que operam de dentro do aparelhamento psíquico.

Breve histórico pré-psicanalítico:

FREUD - Diploma em Medicina - 1881 - Primeiras pesquisas com Brucke (que o apresenta a Josef Breuer) - 1876.

Primeiras pesquisas com Brucke (que o apresenta a Josef Breuer) - 1876.

1884 – A quase descoberta da função anestésica da cocaína – não escreve sobre o tema e viaja para estar com sua noiva Martha Bernays.

Junho - Artigo sobre a cocaína por Carl Koller: Escreve sobre a anestesia local derivada da cocaína.

Outubro de 1885 - 1886 - (janeiro, fevereiro) Bolsa da Faculdade e Curso em Paris - Hipnose - Histeria - com Jean Martin Charcot.

Polêmica importante para os primórdios das pesquisas de Freud existente nessa época:

Charcot - só histéricos seriam hipnotizáveis.

Bernheim - todos seriam suscetíveis à hipnose.

Polêmica Sexualidade

1886 -  Em recepção na casa de Chacot, este teria afirmado que a origem dos distúrbios nervosos seriam “sempre genitais”.