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Escola Britânica: psicanálise em expansão

Escola Britânica: psicanálise em expansão

Por Joseval Campos dos Santos - 

A Escola Britânica de Psicanálise formou-se a partir do entendimento, elaboração e ampliação das diversas teorias já firmadas, configurando-se atualmente como uma das principais do mundo, Betty Joseph, Hanna Segal, Ester Bick, Irma Pick, Roger Money-Kyrle, construíram e ampliaram conceitos centrais na psicanálise, como o complexo de Édipo, identificação projetiva, transferência e contratransferência. Abaixo apresentarei breve resumo desses conceitos, elegendo um deles para discussão.

Hanna Segal, sendo colaboradora de Melanie Klein, especialmente nos últimos anos, período de lapidação de sua teoria, resume como ninguém a obra Klainiana. Nesse módulo trabalhamos a posição depressiva e o desenvolvimento simbólico.  O ponto que me chamou mais a atenção nesses artigos foi a discussão da formação dos símbolos em pessoas “normais” e em psicóticos, pois para os primeiros os símbolos representam uma abstração usada como forma de comunicação, enquanto que para os psicóticos os símbolos são vivenciados como se fossem o objeto original

Beth Joseph, vista como a grande analista em virtude de sua capacidade analítica profunda, capaz de extrair elementos profundos dos pacientes, seu trabalho mais significativo aborda a questão da contratransferência e a importância de identificação projetiva no setting. Dentre tantas questões importantes, a discussão sobre o aqui e agora na relação transferencial para buscar alcançar a mudança psíquica do paciente, mostrou-se bastante esclarecedora. Considerando a experiência emocional como essencial na relação transferencial/contratransferencial sendo capaz de produzir modificações psíquicas, esse movimento acontece em camadas que se sobrepõe, alterando sempre a condição psíquica anterior.

Roger Money-Kyrle – Nesse autor aquilo que mais me chamou a atenção foi exatamente a discussão de que a contratransferência é afirma-se como um processo ativo do paciente em relação ao analista. Essa afirmação, por tabela induz também a pensar que a identificação projetiva é fundamental no processo de comunicação na contratransferência.

Irma B. Pick – Essa autora também traz ao centro da discussão a questão da contratransferência e suas consequências na atividade clínica. Para ela existe uma troca de intimidade entre a posição esquizoparanóide/posição depressiva e a identificação projetiva. Esse jogo é importante para a compreensão da dimensão psíquica humana. Nessa discussão ela aborda, para mim, uma questão nova e fascinante que é a questão dos pacientes fronteiriços. Ela aponta uma questão interessante que traz alívio aos analistas, quando afirma que a contratransferência não se configura como um erro do analista, pois seria um meio de comunicação entre o par analítico.

Edna O´Shaughnessy – Essa autora discute com desenvoltura esclarecedora a questão do lugar do Complexo de Édipo na psicanálise. Na discussão dos pacientes de difícil acesso em virtude da dificuldade de acesso ao Édipo do paciente, que é escondido em virtude do medo de destruição, pois esse Édipo seria a ultima possibilidade de aproximação e conexão com o outro. 

Herbert Rosenfeld – Esse autor apresenta um trabalho corajoso e adentra num campo espinhoso e controverso da psicanálise – a questão do tratamento de pacientes psicóticos. Para tanto, ele apresente o conceito de Gangue narcisista, que seria o resultado da excessiva pulsão de morte que provoca a cisão do self, originando assim a Gangue Narcísica.