Por Ale Esclapes
Amar e ser amado tem uma relação direta com o que algumas pessoas chamam de autoestima. Mas não são tarefas emocionais nada fáceis. Vou me concentrar nesse vídeo em apenas alguns aspectos desse desafio.
As mais úteis definições que conheço para o vínculo de amor eu aprendi um colega Argentino chamado Leandro Stitzman – amar implica ver a pessoa como ela é e ódio implica vê-la como ela não é. E isso é uma tarefa dificílima, pois entre o amor e o ódio existe nossa fantasia sobre o outro – como ele deveria ou não ser, e isso gera uma tormenta emocional imensa. Tolerar e aceitar o que o outro é e não é implica um luto da minha fantasia. E é justamente essa é a grande tarefa nesse momento, e notem que não tem nada a ver com o outro. É comigo.
Vemos isso em Freud no conceito de transferência, onde o paciente transfere para baseado no mecanismo do recalque suas fantasias para o analista e do ponto de vista de Klein ele se dá pelos mecanismos de projeção e introjeção, mas observem que é possível estabelecer essa análise sem o peso de toda a teoria desses autores.
A pergunta que se faz a partir dessa reflexão é: é possível se amar uma fantasia? Ou dito de outra forma, como amar aquilo que não consigo tolerar que seja o que se é, ou ainda, como amar aquilo que desconheço?
Essas e outras reflexões estão no Livro Framework, e principalmente no como pensar psicanaliticamente sem o peso das teorias, editado pela EPP, e caso você queira se aprofundar nesses temas com o próprio autor, nos dias 26, 27 e 28 de maio, teremos um encontro de três dias, presencialmente para essas e outras discussões. O link para mais informações estão na bio, no feed ou na descrição desse vídeo.