Por Ale Esclapes -
Vi um documentário na GNT sobre algumas ações de mídia da Rainha da Jordânia, Vossa Majestade Rainha Rania, no qual através do Youtube V.Sa. Majestade criou uma série de vídeos para combater o preconceito em relação ao papel da mulher em seu país e sobre o mundo árabe junto ao ocidente.
Uma ação moderna, que mostra ao ocidente uma Jordânia idem, com pessoas que afinal não são lá muito diferentes de nós. Mas o que me marcou foi ver uma apresentação de alguns jovens em um centro multimídia para a rainha. Eles cantaram rap! Um rapaz e uma moça, com véu islâmico e tudo, cantando rap – que maravilha! Não que esteja fazendo apologia do rap, ou de costumes ocidentais.
O ponto aqui é como a internet e o que ela nos proporciona. Cada vez mais estamos nos globalizando, em todos os sentidos. Vou deixar de fora a globalização econômica, pois não a vejo como ponto principal do que ocorre, algo para além do dito “mercado”. Outro dia vi alguns documentários sobre Japão, e vi japoneses, de quimono, também cantando rap. É a globalização cultural que me chama atenção.
Se por um lado nossas diferenças de lado, aquelas que podem nos fazer guerrear e matar outros seres humanos, por outro perdemos um pouco da identidade cultural. No programa Café Filosófico de domingo a psicóloga Rosely Sayão falava algo nesse sentido – como os pais têm receio de limitar a circulação de seus filhos se adotarem uma postura cultural mais ampla sobre eles. Judeus não devem parecer tão judeus assim, árabes nem tão árabes assim, etc ...
Essa globalização cultural pode virar pasteurização se o essencial de cada cultura não for preservado, pois essa identidade cultural de valores é para onde o ser humano caminha na sua jornada. Retirar isso dele é retirar a sua possibilidade de lá na frente, logo depois dos 60, 70 anos, não ter aonde chegar. E no presente não deixar claro os limites da personalidade dos nossos jovens.