Por Ale Esclapes -
Freud nos ensina que o amor paterno/materno é baseado no que ele chamou de “forma narcisista de amar” o que significa que os pais amam os seus filhos a partir do que eles são, foram ou gostariam de ser. Em outras palavras é um amor egoísta, sendo uma visão bem menos romântica que o conceito de "Família Doriana".
E o que acontece quando os filhos não correspondem a essa expectativa egoísta dos pais? O que é realmente aquilo que costumamos chamar de “amor materno/paterno”?
Em um livro corajoso e emocionante Andrew Solomon nos traz um retrato de famílias onde o filho é um fruto que caiu muito Longe de sua Árvore.
Nele, o autor investiga famílias cujos filhos são surdos, autistas, anões, gays, etc... e propõem essa discussão em um patamar realista, mostrando as dificuldades tanto do lado dos filhos quanto da família.
O primeiro capítulo faz uma investigação teórica sobre o que envolve esse contexto, mas ao mesmo tempo mostra toda a discussão para o aspecto cotidiano a partir da experiência do próprio autor, que é judeu e gay.
Nos demais capítulos traz depoimentos de diversas famílias que lidam diariamente com seus filhos.
Um livro que vai além dos aspectos técnicos, tanto psicológicos quanto políticos, recolocando a discussão no que tem de mais humano – os desafios e cotidianos dessas famílias e nos mostra uma real dimensão do que a palavra “diversidade” significa.
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Autor: Andrew Salomon
Editora: Companhia Das Letras